A minha história como Engenheiro Agrônomo começou em 2006 quando me formei na UNESP de Jaboticabal.
O meu primeiro trabalho foi em uma fazenda de 6.000 hectares em Esperance Western-Australia. Lá trabalhávamos apenas eu e os 2 donos, plantamos 3.700 hectares de canola, trigo e cevada, cuidamos de um rebanho de 4.500 ovelhas que naquele ano deram 5.850 cordeiros. Também tinham 700 vacas que deram 650 bezerros. Nesta fazenda eu trabalhava em todas as atividades, mas era o responsável pela condução das lavouras.
Em um domingo recebemos a visita do sogro de um dos donos, ele veio em um avião monomotor Cesna. Pedi para ele para sobrevoarmos a fazenda, no momento a minha intenção era encontrar algumas vacas que estavam sumidas, mas, para a minha sorte, lá de cima encontrei muito mais que as vacas, de lá tive uma visão privilegiada das lavouras que eu era responsável. Desde aquele momento percebi que a melhor maneira de monitorar as lavouras era olhando de cima.
Quando voltei ao Brasil, fui trabalhar na CAROL (Cooperativa dos Agricultores de Orlândia e Região), em Ipameri Goiás. Fui para lá para ficar por 3 meses e acabei ficando 7 anos, durante esse tempo trabalhei na CAROL e em uma outra revenda, tive 2 psiculturas, fui produtor rural e trabalhei com a prestação de serviços, administração de fazendas e consultoria especializada em nematoides.
Lá fundei a minha empresa a Pro Farm Soluções Agrícolas, no primeiro ano fazia a amostragem de nematoides por grid e a pé, em alguns dias cheguei a andar mais de 45 quilômetros dentro das lavouras de soja e coletar 80 amostras. Em um dia cheguei a “perder” um funcionário dentro de uma lavoura de milho, e levei umas 6 horas para encontrá-lo.
Um dia quando o meu pai insistiu muito, e eu o levei para conhecer o que restava do aeroporto de Ipameri, e para a nossa surpresa quando colocamos os pés na pista, um avião passou por cima de nós e pousou. Era um pequeno avião experimental, um Baianinho P1, pilotado pelo seu dono, um exímio piloto, o Sr. Gervásio
No segundo ano junto com Sr. Gervásio fizemos as primeiras imagens de avião com o uma câmera comum. O resultado ficou excelente e com muito custo consegui importar dos Estados Unidos uma câmera infravermelha. Com essa câmera a precisão e eficiência do meu trabalho cresceram muito. No método anterior, por grid, conseguia, com mais 2 funcionários, fazer no máximo 100 hectares por dia.
Com as imagens de avião o rendimento subiu para 600 hectares por dia e apenas um funcionário para me ajudar. Mas o principal ganho foi na precisão.
O avião era tão pequeno que eu precisava ficar com as pernas cruzadas para caber. E como o furo no assoalho ficava do lado do piloto, e eu que operava a câmera, eu precisava voar no assento do piloto e o Sr. Gervásio no assento do co-piloto. Nos pousos eu tinha que trabalhar em conjunto com o Sr. Gervásio já que os pedais dos freios do lado do co-piloto não estavam funcionando. Em um dos voos o motor do avião apagou a uns 20 ou 30 quilômetros do aeroporto de Ipameri, e o Sr. Gervásio levou o avião com maestria e segurança até a pista.
Vídeo: Pouso com o motor apagado.
Em 2014 fui convidado pelo meu mestre o Professor Jaime Maia dos Santos a dar uma palestra “Ferramentas do Sensoriamento Remoto e Aplicações a Nematologia”, no VI Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Nematologia em Pompeia-SP (Notícia do Evento). Nesta ocasião conheci o Professor Carlos Otoboni, diretor da FATEC Shunji Nishimura a empresa Orion e o seu proprietário. O professor Otoboni ficou muito interessado no meu trabalho e, durante o Congresso de Nematologia em Londrina-PR, me convidou para um projeto junto com a empresa Orion.
Deste projeto nasceu uma startup chamada Cygni. Na Cygni fui sócio e o líder no desenvolvimento de uma plataforma web que processa automaticamente imagens de satélite. Durante esse período prestamos serviços para empresas como FMC, Stoller, Du-Pont e Corteva e vários produtores rurais clientes da Orion. Por problemas comuns em uma sociedade, acabei me desligando da Cygni em 2019.
De 2019 em diante continuei a me dedicar a prestação de serviços e consultoria focada nos nematoides para produtores rurais, consultorias agronômicas e empresas. E entre os meus clientes estão a Corteva Agriscience e Amvac do Brasil.
A minha missão é algo que eu herdei dos meus antepassados, ajudar os nossos verdadeiros heróis os Produtores Rurais.
Meu pai Joaquim Antônio de Almeida Prado e meu Avô José Ulpiano de Almeida Prado (Zezé), dedicaram as suas vidas a defesa do agronegócio nacional e principalmente dos agricultores.
Meu pai foi um dos criadores do CMG, predecessor da CPR e também do mercado futuro do Boi Gordo.
Meu avô foi presidente da Bolsa de Mercadorias de São Paulo por 20 anos e cerca de 8 anos Presidente do Instituto Internacional do Algodão, órgão que congrega países produtores de algodão do mundo inteiro.
Continua……EM CONSTRUÇÃO….
